
Obama discursa sobre reforma da imigração na cidade de El Paso (Jewel Samad / AFP)
Depois de faturar eleitoralmente com a morte do terrorista Osama bin Laden - seu nível de popularidade chegou ao patamar mais alto desde novembro de 2009 -, o presidente Barack Obama dá mais um passo na corrida eleitoral. Nessa terça-feira, ele pediu uma pressão popular para que o Congresso aceite examinar a reforma da imigração, durante um discurso na cidade de El Paso, fronteira do estado americano do Texas com o México. “Nos definimos como uma nação de imigrantes, uma nação que dá as boas vindas a todos aqueles que adotam os ideais americanos”, disse o presidente.
Obama acredita que a reforma, classificada por ele como um "imperativo econômico", irá beneficiar a economia do país. “Com a mudança nas leis, não haverá uma imensa economia paralela que explore uma mão de obra barata, ao passo que torna mais baratos os salários de todos os demais", explicou o presidente.
Em seu discurso, o segundo dedicado especificamente à reforma da imigração desde que chegou ao poder, Obama garantiu que continua apoiando o Dream Act. Esse projeto, que daria uma possibilidade de legalização para estudantes que chegaram em situação irregular no país, foi rejeitado no Senado americano em 2010.
Há poucas chances de a reforma avançar, já que o presidente americano não conseguiu dar o empurrão necessário à questão nem quando os democratas controlavam a Câmara dos Deputados, e agora os republicanos são maioria. No entanto, Obama sabe que deve se manter próximo dos hispânicos, um grupo fundamental para sua reeleição em 2012, já que ele conquistou o voto de um em cada três hispânicos em 2008.
"Esta mudança tem que ser conduzida por vocês, para que nos ajudem a conseguir uma reforma integral", pediu Obama a centenas de americanos que assistiam ao discurso em El Paso. "Peços a vocês que coloquem suas vozes neste debate. Precisamos que Washington saiba que há um movimento em favor da reforma que ganha força de costa a costa. Assim conseguiremos", acrescentou o presidente, porém sem revelar nenhuma estratégia específica para avançar no debate.
Medidas - A reforma da imigração deverá incluir a segurança nas fronteiras, sanções para as empresas que empregam pessoas em situação irregular e sanções para os que estão no país sem documentos. O último passo seria reformar o sistema de imigração, que Obama considera "anacrônico".
Nos Estados Unidos, vivem cerca de 10,8 milhões de imigrantes em situação irregular, a maioria deles de origem hispânica. Segundo o Centro de Pesquisas Pew, 72% da população do país é favorável à criação de um sistema que permita a legalização de imigrantes irregulares.
(Com agência France-Presse)