A presidente Dilma Rousseff e a rainha Silvia, da Suécia, encontram-se nesta quarta-feira no Palácio do Planalto para tratar do combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. A rainha criou há doze anos a ONG Childhood, que atua no Brasil e em outros quinze países. Segundo a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que também participou da reunião, a organização atua em parceria com o Brasil em campanhas contra a exploração sexual e na capacitação de servidores.
A ministra afirmou que o governo vai trabalhar na formação de profissionais que estão em contato com a população, como funcionários da saúde, policiais e educadores para que identifiquem situações de violência em crianças. Se os servidores perceberem que a criança está machucada de forma suspeita, por exemplo, os servidores deverão denunciar. “Eles deverão fazer uma notificação compulsória às autoridades, aos conselhos tutelares quando se depararem com situações de violência”, disse a ministra. Ela afirmou ainda que o governo anunciará um novo plano nacional para evitar violência contra crianças.
De acordo com a ministra, 98% dos municípios brasileiros possuem conselhos tutelares. Ela admitiu, por outro lado, que muitos têm infraestrutura precária e sem condições de atendimento.
Um levantamento feito pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e divulgado pela Agência Brasil aponta que 88% das crianças abusadas sexualmente foram molestadas por pessoas da família ou próximas a ela. De cada dez, quatro foram vítimas do próprio pai e três, do padrasto.