
Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen, está a quase 33 anos no poder (Mohammed Huwais/AFP)
Como foi previamente anunciado pelo ministério da Defesa, o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, falou nesta sexta-feira à população por meio de uma gravação de áudio transmitida pela televisão estatal. No discurso, Saleh acusou o chefe tribal opositor, Sadeq al Ahmar, e seus irmãos de estarem por trás do ataque que o feriu também nesta sexta.
"Nós precisamos entender que a gangue de Ahmar será, em breve, desarticulada. Eles realmente levaram a situação a um péssimo nível hoje. Estou pedindo a todos os cidadãos do Iêmen que apoiem o país nesse momento", disse Saleh, de acordo com a rede Al Jazira.
O ditador foi levemente ferido no ataque desta sexta contra a mesquita do palácio presidencial. “O presidente Saleh foi levemente ferido atrás da cabeça", afirmou uma fonte do Congresso Popular Geral (CPG), partido governista. O canal Suheil, controlado pela tribo Hashed, chegou a dizer que Saleh havia morrido, o que foi desmentido pelo próprio chefe de estado na mensagem recentemente divulgada. "Estou bem", disse Saleh.
Outras personalidades iemenitas, incluindo o primeiro ministro Ali Mohammed Mujawar, o ministro da Defesa Rashad al-Alimi e o presidente do Parlamento, também ficaram feridas no ataque na capital Sanaa. Quatro guardas republicanos morreram no atentado.
O porta-voz do CPG, Tarek Shami, já havia acusado o chefe da tribo Hashed pelo ataque e disse que ele superou "todos os limites toleráveis". Horas depois, forças leais ao ditador revidaram e bombardearam casas de líderes do clã.
Contrapartida - Já o porta-voz da tribo, Abdulqawi al-Qaisi, negou as acusações do governo iemenita. “Os membros da Hashed não estão por trás desses ataques no palácio presidencial. Se eles estivessem, não negariam.”
Depois de quatro meses de protestos populares violentamente reprimidos pelo regime de Saleh, que se nega a deixar o poder, a revolta adquiriu outra magnitude em 23 de maio, quando começaram os combates intensos em Sanaa entre as forças leais ao presidente e partidários do líder dos Hashed, o xeque Sadek al-Ahmar. Ele se uniu à oposição recentemente.
(Com agência France-Presse)