16 maio 2011

Sírios encontram 13 corpos em vala comum em Deraa

Crianças sírias brincam de guerra depois de cruzar a fronteira com o Líbano junto com suas famílias

Crianças sírias brincam de guerra depois de cruzar a fronteira com o Líbano junto com suas famílias (Anwar Amro / AFP)

Cidadãos sírios resgataram 13 corpos em decomposição de uma vala comum próxima à cidade síria de Deraa, nesta segunda-feira. O número de cadáveres encontrados pode ainda aumentar, uma vez que centenas de pessoas continuam desaparecidas desde que as tropas do regime de Bashar al-Assad invadiram a cidade com tanques e assassinaram prenderam moradores.

Fazendeiros aravam a terra quando encontraram enterrados os restos mortais de  Abdullah Abdul Aziz Aba Zaid, 62 anos, e quatro de seus filhos, junto com outros oito corpos não identificados – dois deles de uma mãe com um filho pequeno e os demais de homens. Não se sabe ainda quando eles morreram. 

Cidade sitiada – Testemunhas dizem que tanques de guerra continuam posicionados nos principais cruzamentos de Deraa, mas as autoridades diminuíram o toque de recolher em três horas, permitindo que os cidadãos fiquem na rua até as cinco da tarde.

Grupos de direitos humanos nacionais e internacionais afirmam que as forças do governo já assassinaram 700 civis no país desde o início dos protestos em 18 de março. O regime joga a culpa da onda de violência sobre grupos islâmicos armados que, segundo fontes oficiais, já mataram 120 membros de suas forças de segurança. 

Tanques nas fronteiras – Tanques também estão na cidade fronteiriça de Tel Kelakh, que foi invadida  por tropas no sábado, para conter protestos. Sua chegada forçou dezenas de famílias a fugir para o vizinho Líbano. Pelo menos sete civis foram mortos no domingo e outro na segunda-feira. Segundo a agência de notícias do governo, cinco soldados morreram. 

“Tel Kelakh é uma cidade fantasma. Não há médicos, as farmácias estão fechadas e atiradores estão no topo do principal hospital. Telefone, eletricidade e fornecimento de água foram cortados”, disse o morador Mohammad al-Dandashi, de um telefone via satélite. 

(Com agência Reuters)