
Chalita, em busca de voos mais altos. Desta vez no PMDB (Fábio Guinalz/Fotoarena)
O PSB irá à Justiça exigir o mandato do deputado federal Gabriel Chalita. Ele deixa o partido e se filia ao PMDB neste sábado. É a segunda troca de partido do político em dois anos. Em setembro de 2009, ele deixou o PSDB pela promessa de se lançar senador pelo PSB. Acabou saindo a deputado federal e foi eleito com 560.000 votos. Agora, no PMDB, a ambição de Chalita é a prefeitura de São Paulo.A direção do PSB vê como inevitável e natural a devolução do mandato de Chalita. O primeiro suplente na fila pela vaga é o jogador de futebol Marcelinho Carioca, que teve 62.000 votos. Pela lei eleitoral, só são permitidas trocas de partido em caso de perseguição, mudança de ideário ou para fundar uma nova legenda. Se o político muda de sigla fora dessas condições, pode perder o mandato por infidelidade partidária. Inquirido na Justiça, Chalita pretende dizer que sofreu discriminação entre os socialistas. Um dos argumentos: apesar de puxador de votos, não teve espaço dentro da executiva nacional nem apoio do partido para disputar a presidência da Câmara no início do mandato. O presidente do PSB em São Paulo, Marcio França, rebate: “Chalita sabe tanto quanto eu que não tem como alegar que sofreu qualquer perseguição”. Na leitura dos dirigentes do partido, Chalita deixa a legenda em busca de tempo de televisão na propaganda eleitoral já que teria, no PSB, apoio para disputar a prefeitura. “Demos tudo o que ele queria. Mas pessoas sem atuação partidária não entendem que o crescimento de um partido acontece de forma gradual”, diz França.Segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral, o partido tem trinta dias a partir da desfiliação de Chalita para pedir o mandato. Caso não o faça, o primeiro suplente ou o Ministério Público Eleitoral poderá alegar a infidelidade. Marcelinho Carioca prefere não se manifestar sobre o processo. Diz apenas que deixará a decisão nas mãos do PSB. Enquanto isso, Chalita mantém mistério sobre a possibilidade de renunciar ao cargo de deputado federal, para evitar o desgaste da disputa judicial e guardar tempo e energia para sua candidatura em 2012.No comando – Ainda há dúvidas se a pré-candidatura de Chalita resistirá até as eleições de 2012. O PMDB pode desistir da cabeça de chapa em nome da aliança com o PT. Uma coisa, no entanto, já está certa: Chalita presidirá o diretório municipal do PMDB em São Paulo. O vice-presidente da República, Michel Temer, determinou a dissolução do diretório, para abrir espaço ao novo filiado. O PMDB prepara uma festa para recepcionar Chalita, neste sábado, na capital paulista. A cerimônia de filiação do deputado começa às 10 horas, na Assembleia Legislativa de São Paulo. A exemplo do evento que marcou o ingresso do político no PSB há dois anos, lá estarão os principais nomes do partido da vez. Para trocar com ele juras de amor eterno.