06 junho 2011

Ollanta Humala vence as eleições presidenciais no Peru

O candidato nacionalista Ollanta Humala celebra a vitória no segundo turno das eleições presidencias peruanas na Praça Dois de Maio, na capital Lima.

O candidato nacionalista Ollanta Humala celebra a vitória no segundo turno das eleições presidencias peruanas na Praça Dois de Maio, na capital Lima. (Paolo Aguilar/EFE)

O candidato nacionalista Ollanta Humala venceu o segundo turno das eleições presidenciais realizadas neste domingo no Peru, de acordo com os primeiros dados oficiais informados pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE).

A chefe da ONPE, Magdalena Chú, comunicou os resultados neste domingo, seis horas após o fechamento dos colégios eleitorais, com 75% das urnas apuradas, constatando 50,087% dos votos a Humala contra 49,913% de Keiko Fujimori.

Magdalena Chú deixou claro que ainda faltavam chegar os números relativos às zonas rurais mais afastadas, onde se considera que Ollanta Humala tem um apoio muito mais sólido que sua rival.

O departamento de Lima, que concentra cerca de um quarto dos eleitores do país e que já teve todas as urnas contabilizadas, distorce o panorama dos resultados, pois nele Keiko obteve até agora 57% dos votos, contra 42% de Humala.

Isso significa que a estreitíssima margem de diferença registrada até agora deve aumentar conforme a apuração das urnas nas zonas rurais.

Keiko Fujimori já praticamente reconheceu a derrota eleitora, ao deixar o hotel onde acompanhava a apuração. Já os simpatizantes de Humala se concentram em uma praça no centro de Lima à espera do virtual vencedor para festejar os resultados.

Pouco antes de abandonar o Hotel Bolívar, com semblante sério, Keiko saiu à sacada para cumprimentar seus simpatizantes, aos quais disse: "Se forem confirmados (os números das pesquisas, que indicam vitória de seu rival, Ollanta Humala), serei a primeira a reconhecer os resultados, como disse desde o início".

Ao verem a candidata, os simpatizantes não pareciam se contentar com a derrota e começaram a gritar "sim, se pode", mas Keiko praticamente reconheceu sua derrota ao dizer-lhes que o fato de ter conseguido quase a metade dos votos e a confiança popular representava, para ela, motivo de "grande alegria e satisfação".

Já os seguidores de Humala, desde o início da tarde, começaram a se concentrar na praça Dos de Mayo, lugar habitual de reunião da esquerda peruana, e horas depois já lotavam a praça, onde começaram a festejar com canções e danças.

O atraso no anúncio dos resultados oficiais fez também com que Ollanta Humala continuasse à espera da confirmação, acompanhando tudo em um luxuoso hotel sem pronunciar uma palavra, embora começasse a receber mensagens de felicitações, algumas tão significativas como a enviada pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera.

Segundo um comunicado da coalizão Gana Peru, liderada por Humala, Piñera ligou ao candidato nacionalista para parabenizá-lo pelos resultados, e o presidenciável nacionalista "agradeceu o gesto e fez votos para que as relações entre os Governos se fortaleçam em prol de ambos os países".

Faltando um discurso do próprio Humala, vários dos integrantes de sua equipe de Governo se multiplicaram em declarações para transmitir mensagens de tranquilidade aos mercados, diante dos temores de que, nesta segunda-feira, a Bolsa de Lima sofra uma forte queda e que a eleição de Humala assuste os investidores.

"Imagino que um dos primeiros anúncios que (Humala) fará são os nomes do chefe de Gabinete e o ministro da Economia. Isso é uma prática comum e o país o exige, a economia o exige, os mercados internacionais o exigem, e a Gana Peru responderá à altura das circunstâncias", disse o porta-voz da coalizão, Daniel Abugattás.

O chefe do plano econômico da Gana Peru, Félix Jiménez, destacou que o futuro Governo de Ollanta Humala respeitará todos os contratos e afirmou que as reformas que o país requer serão realizadas sempre respeitando os preceitos constitucionais.

Ele insistiu na vontade do líder de unir o povo. "Essa é a vocação de Ollanta Humala. Ele fará um Governo para todos os peruanos, sem exclusão social, um Governo inclusivo", ressaltou.

O virtual segundo vice-presidente, Omar Chehade, pediu ao atual presidente da República, Alan García, às autoridades do Ministério da Economia e ao Banco Central que deem sinais de confiança para que não haja instabilidade econômica ou política nas próximas horas.

(com Agência EFE)