03 junho 2011

Chrysler está oficialmente sob o controle da Fiat

Logotipo da Fiat

Fiat planeja aumentar sua participação no capital da Chrysler para até 70% (Mauritz Antin/EFE)

A montadora de automóveis americana Chrysler passou oficialmente para o controle da italiana Fiat, que anunciou nesta sexta-feira a posse de mais de 50% do capital após a compra das ações que estavam sob o domínio do governo americano.

Dois anos depois de ter obtido 20% do capital e os comandos operacionais da terceira maior empresa de automóveis americana que saía da falência, a Fiat anunciou que passará a ter 52% do capital da Chrysler depois da compra de 6% que o Tesouro americano ainda detinha. Com isso, o governo dos Estados Unidos deixa totalmente a montadora. A empresa italiana já tinha elevado a sua fatia a 46% no mês passado, depois de um refinanciamento que a permitiu se livrar da dívida e obter 16% dos EUA, Canadá e do sindicato do setor automobilístico UAW.

"No momento em que o Tesouro se desfaz de seu investimento na Chrysler, está claro que a decisão do presidente (Barack) Obama de apoiar esta empresa e de reestruturá-la foi correta", saudou o secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner. "Hoje, as montadoras de automóveis americanas atravessam um dos renascimentos mais improváveis da história recente", acrescentou.

A Chrysler, que voltou a ser superavitária no primeiro trimestre pela primeira vez desde a sua saída da falência, revisou quase toda a sua gama de veículos. Ela foi uma das duas únicas grandes montadoras, ao lado da coreana Huyndai, a registrar um aumento de suas vendas no mês passado. No entanto, seu resgate atingirá o custo de 1,3 bilhão de dólares ao governo americano dos 12,5 bilhões que injetou na montadora para ajudá-la a sobreviver à crise econômica.

O diretor geral da Fiat e da Chrysler, Sergio Marchionne, ressaltou, em comunicado, que o acordo concluído com o Tesouro permite acelerar a integração entre os dois grupos e manifestou sua gratidão ao governo Obama, por ter acreditado há dois anos na parceria com a Fiat. A montadora europeia pretende adquirir até o final do ano mais 5% dos papéis em posse do governo do Canadá e do UAW, quando a Chrysler já terá começado a produzir um carro econômico em parceria com a italiana.

Marchionne também disse que a empresa está interessada na compra de 1,7% ainda em poder do Canadá e da província de Ontário. No total, suas opções de compra dão a ela a possibilidade de chegar a cerca de 70% do capital.

O diretor da Fiat quer estabelecer a aliança Fiat-Chrysler, capaz de concorrer com as maiores empresas do setor, como a americana General Motors, a alemã Volkswagen e a japonesa Toyota. Juntos, os dois grupos devem produzir 6 milhões de veículos por ano em 2014, contra menos de 4 milhões atualmente.

(com Agence France-Presse)