17 maio 2011

Queda na expansão agrícola é causa da alta dos preços, diz Banco Mundial

Alimentos

Para Thomas, é preciso uma coordenação internacional para dinamizar a produção mundial (Blue Jean Images)

"Pela primeira vez nos últimos dez anos, o crescimento da produtividade agrícola foi mais lento que o crescimento populacional", diz Vinod Thomas, diretor-geral do Bird

O diretor-geral e vice-presidente sênior do Banco Mundial (Bird), Vinod Thomas, afirmou nesta terça-feira que o principal causador da pressão de preços nos alimentos no mundo é o declínio do ritmo de crescimento da produtividade agrícola. "Pela primeira vez nos últimos dez anos, o crescimento da produtividade agrícola foi mais lento que o crescimento populacional", declarou Thomas, em evento sobre os Brics promovido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e pela prefeitura do Rio de Janeiro.

Segundo ele, as regiões mais afetadas são África e Ásia, mas o Brasil também sofre com o problema – embora esteja em situação melhor do que a destes dois continentes. "O problema do aumento da produtividade é global, não apenas da África e da Ásia, mas da América Latina. Isso porque os investimentos das últimas décadas foram direcionados para a área urbana e para a indústria", afirmou.

Subsídios – De acordo com Thomas, houve investimento na área agrícola, porém menos em alimentação e mais no setor de commodities. Na avaliação dele, os principais inibidores de um avanço mais significativo da produtividade agrícola são os subsídios dados por países europeus e os Estados Unidos à produção de alimentos. "Os subsídios de 150 bilhões de dólares para alimentos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, prejudicam os investimentos para melhorar a produtividade na África e na América Latina", disse. Ele avalia que é preciso uma coordenação internacional para resolver o problema.

O diretor-geral do Bird afirmou que, embora o Brasil não tenha melhorado o suficiente a produção agrícola nas últimas décadas, agora tem uma boa oportunidade de fazê-lo. "O Brasil é um dos países em melhor situação para enfrentar este problema porque, assim como a Rússia, tem uma grande área cultivável e, além disso, os investimentos em pesquisa têm sido direcionados para aumentar a produtividade", disse.

(com Agência Estado)