22 maio 2011

Previd�ncia empresarial cresce 42% em tr�s anos

PATR?CIA BAS?LIO
DE S?O PAULO

Os dep?sitos em fundos de previd?ncia privada empresarial cresceram 42% de 2007 a 2010, segundo levantamento feito pela Fenaprevi (Federa??o Nacional de Previd?ncia Privada e Vida) a pedido da Folha. A alta foi de 17,4% em 2010, em rela??o a 2009.

O consultor da Bosch Management Support (BMS), Eduardo Tilkian, 60, em sala onde da aula na BoschO consultor da Bosch Management Support (BMS), Eduardo Tilkian, 60, em sala onde da aula na Bosch

A crescente ades?o de empresas na oferta do benef?cio foi respons?vel pelo ?ndice, segundo Oswaldo Nascimento, vice-presidente da institui??o. "A previd?ncia privada, ao contr?rio do sal?rio, ? uma forma de as companhias reterem e atra?rem talentos sem a incid?ncia de encargos tribut?rios", compara.

Valor do dep?sito depende da idade

Para C?sar Lopes, consultor da Towers Watson, empresa de gest?o de pessoas, com a economia aquecida, os dep?sitos tamb?m s?o maiores. "[O aumento de aportes] ? reflexo de aplica??es mais altas feitas por funcion?rio e empregador", explica.

Pesquisa realizada em abril pela consultoria com 236 empresas de grande porte aponta que 70% (165) delas oferecem previd?ncia privada.

Esse ? o caso da Pepsico, multinacional de bebidas e alimentos, que concede o benef?cio a todos os funcion?rios. "O objetivo ? mostrar o interesse da empresa em firmar relacionamento de longo prazo com a equipe", destaca Andreia Vitoriano, gerente de recursos humanos.

Rec?m-aposentado pela Bosch, do setor de tecnologia, o engenheiro Eduardo Tilkian, 60, usufrui do plano pago pela empresa por 38 anos. "Consegui manter o padr?o de vida com o fundo."

Oferta do benef?cio varia nas empresas

Embora as empresas vejam no plano de previd?ncia privada um ganho na reten??o de bons profissionais, a forma como o benef?cio ? oferecido varia nas organiza??es.

Segundo a pesquisa "Planos de Benef?cios no Brasil", da consultoria Towers Watson, 18% das companhias fazem aportes mensais sem que o trabalhador precise depositar qualquer quantia no fundo. As demais (82%) exigem contribui??o do empregado para que a empresa tamb?m fa?a aportes peri?dicos.

A Whirlpool, multinacional de eletrodom?sticos, adiciona ao fundo de 50% a 200% do valor depositado pelo profissional. J? os trabalhadores que n?o fazem aportes recebem contribui??o m?nima de 1% do valor do sal?rio.

Na Henkel, de bens de consumo, a ades?o dos funcion?rios ? previd?ncia privada ? volunt?ria. O profissional deve fazer dep?sitos mensais ao fundo para que a empresa duplique o valor investido, afirma Eduardo Soares, gerente de recursos humanos.

Para Armando Bordallo, diretor de RH da consultoria Ernst & Young, ainda que existam diferen?as na concess?o do plano, o benef?cio traz satisfa??o aos funcion?rios. "Eles se sentem parte de uma rela??o constru?da em conjunto e a longo prazo."

Gabriel Barbieri, 23, analista de marketing da Senior, desenvolvedora de software, aderiu ? previd?ncia h? dois anos, quando teve seu primeiro filho. "Antes de aceitar qualquer proposta, avalio os benef?cios oferecidos", diz ele, que deposita 2,5% do sal?rio no fundo e recebe a mesma quantia do empregador.

Restringir programa a posi??es gerenciais desmotiva empregado

Oferecer plano de previd?ncia a parte dos profissionais nem sempre traz bons resultados. Conced?-lo s? para executivos, por exemplo, pode resultar na desmotiva??o da equipe, avalia Adriana Zanni, diretora de RH da consultoria KPMG. "N?o faz sentido oferecer o plano para um p?blico espec?fico", destaca.

O analista financeiro Dalmar Assis, 43, n?o tem direito ? previd?ncia privada, uma vez que o benef?cio s? ? oferecido a cargos gerenciais na montadora em que trabalha. "[O benef?cio] seria um diferencial", considera ele, que decidiu fechar um plano individual na semana passada.

J? para Gustavo Costa, diretor da Hays Brasil, de recrutamento e sele??o, a diferencia??o tem seu lado bom.

"O funcion?rio acaba motivado a lutar para subir de cargo", pondera ele.

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