Rodrigues afirmou que desde 2008 acontece uma redu??o dos investimentos em novas usinas produtoras de etanol no Brasil. Naquele ano, 30 novos projetos foram inaugurados, n?mero que deve baixar para cinco na pr?xima safra. Segundo ele, a oferta brasileira atual ? da ordem de 27 bilh?es de litros de etanol, com uma produ??o de 600 milh?es de toneladas de cana.
Para o diretor da ?nica, o volume vai chegar naturalmente a 800 milh?es de toneladas por volta de 2015, mas ser? necess?rio atingir 1,2 bilh?o a 1,3 bilh?o de toneladas em 2020 para acompanhar o crescimento da demanda nacional por etanol.
"E s? se consegue fazer isso com a retomada de novos projetos. Tem que ser sinalizado no curto prazo para que se comece a pesquisar, implantar, para que em 2015 esses projetos estejam em opera??o", afirmou Rodrigues, que participou de semin?rio promovido pela Federa??o Nacional do Com?rcio de Combust?veis e de Lubrificantes (Fecombust?veis).
Segundo ele, a partir de 2008 os pre?os da gasolina praticados no mercado interno passaram a ser ruins para os produtores de etanol, uma vez que o biocombust?vel tem que ter, no m?ximo, 70% do valor da gasolina na bomba para ser vantajoso para o consumidor.
"? preciso encontrar um mecanismo onde quem vai investir tenha rentabilidade e ao mesmo tempo chegue para o consumidor mais vantajoso que a gasolina", disse Rodrigues. "A grande quest?o ? rentabilidade, sustentabilidade. O que afastou o investimento foi a falta de sustentabilidade no etanol hidratado", ponderou.
Uma alternativa seria mudar o sistema de precifica??o da gasolina, no qual a Petrobras n?o reajusta os valores de acordo com a volatilidade do mercado internacional e s? altera o pre?o quando considera que houve uma mudan?a de patamar de longo prazo. Outra op??o seria utilizar a Cide, atualmente em R$ 0,23 por litro, como instrumento regulador.
Outros caminhos apontados por Rodrigues s?o incentivos ? cria??o de novos projetos de usinas que produzam etanol e energia el?trica para revenda ou buscar uma precifica??o do etanol com contratos de longo prazo, ao inv?s do atual sistema de varia??o di?ria dos pre?os.
Segundo ele, apenas incentivos ao aumento da produ??o de cana poder?o evitar gargalos futuros no fornecimento de etanol. A restri??o da oferta na recente entressafra reduziu o consumo de etanol este ano. Em abril foram comercializados 500 milh?es de litros, contra 1,3 bilh?o em abril de 2010. Em maio foram 800 milh?es, contra 1,4 bilh?o de litros em maio do ano passado.
"Em junho vai depender do pre?o. Se ficarem em como est?o hoje, R$ 1 ao produtor, vai ficar pr?ximo de 1 bilh?o de litros. Ano passado, nesse per?odo de safra foi de 1,4 bilh?o a 1,5 bilh?o", destacou Rodrigues.
(Rafael Rosas | Valor)