09 maio 2011

Para chefe da Otan, 'tempo de Kadafi já está acabando'

O ditador da Líbia, Muamar Kadafi, chega a um hotel de Trípoli

O ditador da Líbia, Muamar Kadafi, chega a um hotel de Trípoli (Mahmud Turkia/AFP)

O secretário-geral da Otan, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, afirmou neste domingo que acredita que o tempo está acabando para o ditador líbio Muamar Kadafi, em meio ao longo conflito entre suas forças e os rebeldes que buscam tirá-lo do poder. "Acabou o jogo para Kadafi. Ele deve perceber que, mais cedo ou mais tarde, não haverá futuro para ele ou para seu regime", declarou Rasmussen à rede de TV americana CNN.

Rasmussen também avaliou que a guerra, que já dura cerca de dois meses, se resolverá através da política, e não militarmente. Dado "o vento de mudança" que atravessa o Norte da África e o Oriente Médio, a morte do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, e a crescente pressão sobre os talibãs no Afeganistão, o dinamarquês anunciou que está "muito otimista" de que Kadafi será retirado do poder depois de exercê-lo por mais de quatro décadas.

Também neste domingo, a cidade de Misrata, a 200 quilômetros da capital líbia Trípoli, voltou a ser palco de intensos combates. Na noite anterior, em Bengasi, o porta-voz político da rebelião e vice-presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Abdel Hafiz Ghoga, afirmou que a Itália entregará armas aos rebeldes. Em Roma, fontes do ministério das Relações Exteriores informaram que a Itália entregará "material de autodefesa" aos rebeldes.

A declaração italiana tentava mostrar que a ajuda aos rebeldes não feria as ordens da ONU - no âmbito da Resolução 1973 do Conselho de Segurança, há um embargo sobre as armas, e só outros tipos de material podem ser entregues. Assim como França e Grã-Bretanha, a Itália enviou um grupo de conselheiros militares a Bengasi para tentar ajudar o comando dos rebeldes a se organizar.

(Com agência France-Presse)