
Martelly recebe a faixa presidencial das mãos do presidente da Assembleia Nacional, Rodolphe Joazile (AFP)
O ex-cantor Michel Martelly foi proclamado neste sábado presidente do Haiti, em uma cerimônia realizada nos arredores do Parlamento da nação, sucedendo a René Préval. Martelly, 56º presidente na história do Haiti, recebeu a faixa das mãos do presidente da Assembleia Nacional, Rodolphe Joazile.
A cerimônia ocorreu em meio a um inesperado blecaute, no salão construído nos últimos dias para acolher o ato oficial. Antes, o novo governante pronunciou o juramento perante Joazile: "Juro por Deus e pela nação observar fielmente a Constituição e as leis da República".
Após a cerimônia, o novo líder deixou o salão e ouviu os acordes do hino presidencial, interpretado do lado de fora pela Orquestra da Polícia Nacional. Lá, acompanhado da esposa, Sophia Saint-Remy, o presidente recém-empossado se dirigiu ao museu do Panteão Nacional para deixar flores em homenagem aos heróis da nação haitiana. "Hoje me sinto como ontem, só que agora tenho o comando da nação", disse o novo governante, antes de partir rumo ao museu.
Histórico - Michel Martelly, de 50 anos, chega à presidência do Haiti após uma longa crise que começou com o pleito presidencial de novembro de 2010. Entre os dezoito candidatos que participaram da eleição, três levaram vantagem: Martelly, na época um cantor famoso no país, a ex-primeira-dama Mirlande Manigat e o governista Jude Célestin.
Resultados oficiais anunciaram, na ocasião, que o segundo turno seria disputado por Manigat e Célestin. Os números, no entanto, foram contestados por partidários de Martelly, que saíram às ruas exigindo a recontagem dos votos. A tese de fraude eleitoral recebeu, mais tarde, o endosso de órgãos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). Com o aumento das pressões, o partido de Celéstin retirou sua candidatura. No segundo turno, no dia 20 de março, Martelly venceu com 67,57% dos votos a sua oponente.
O Haiti, país mais pobre das Américas, ainda se recupera do devastador terremoto de janeiro de 2010, e acaba de enfrentar uma epidemia de cólera. Politicamente, a situação também se complicou nos últimos meses com o retorno ao país do ex-ditador Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc.
(Com agência EFE)