
Luciano Coutinho, do BNDES, havia recomendado meta mais realista ao investimento da Petrobras (Marcelo Sayão/EFE)
Não há uma data limite para que o conselho de administração da Petrobras aprove a mais recente revisão do plano de investimento de cinco anos da companhia, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta sexta-feira. "Não há um deadline", afirmou, em entrevista concedida ao Wall Street Journal e à Dow Jones Newswire. "Tudo tem seu próprio tempo. Algumas vezes há pessoas que querem politizar a discussão, a qual é totalmente técnica", acrescentou Mantega. O ministro declarou que as estimativas feitas e divulgadas pela imprensa sobre o escopo das mudanças deste ano são erradas e falsas.
O novo plano de investimento de cinco anos cobre o período de 2011 a 2015, atualizando os 224 bilhões de dólares que foram aprovados no ano passado para o intervalo 2010-14. A expectativa dos analistas é que o valor passasse a 268 bilhões de reais, mas uma determinação do Palácio do Planalto abortou o ajuste. Nesta terça-feira, o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa, reconheceu que o programa teria de ser reduzido por recomendação do principal acionista, o governo federal. No dia seguinte, o presidente do BNDES – que, por meio do BNDESPar, é acionista da empresa –, Luciano Coutinho, cobrou uma meta mais realista da Petrobras, sob a alegação de que os planos atuais seriam muito ambiciosos e difíceis de serem colocados em prática. Na ocasião, ele chegou a afirmar que o pedido teria vindo justamente do Ministério da Fazenda.
Nesta sexta-feira, contudo, Mantega refutou a tese de que o governo federal teria solicitado uma redução do plano de investimento. "O número não vai cair em relação ao ano passado", afirmou. "Como é o maior investimento de portfólio do planeta, merece um profundo debate", acrescentou. Há cerca de 680 projetos no portfólio da estatal e, segundo Mantega, normalmente é preciso que haja duas ou três reuniões para se chegar a uma conclusão sobre o plano de investimento.
(com Agência Estado)