20 maio 2011

Investimento da Petrobras requer debate profundo, diz Mantega

Luciano Coutinho, do BNDES, havia recomendado meta mais realista ao investimento da Petrobras

Luciano Coutinho, do BNDES, havia recomendado meta mais realista ao investimento da Petrobras (Marcelo Sayão/EFE)

Não há uma data limite para que o conselho de administração da Petrobras aprove a mais recente revisão do plano de investimento de cinco anos da companhia, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta sexta-feira. "Não há um deadline", afirmou, em entrevista concedida ao Wall Street Journal e à Dow Jones Newswire. "Tudo tem seu próprio tempo. Algumas vezes há pessoas que querem politizar a discussão, a qual é totalmente técnica", acrescentou Mantega. O ministro declarou que as estimativas feitas e divulgadas pela imprensa sobre o escopo das mudanças deste ano são erradas e falsas.

O novo plano de investimento de cinco anos cobre o período de 2011 a 2015, atualizando os 224 bilhões de dólares que foram aprovados no ano passado para o intervalo 2010-14. A expectativa dos analistas é que o valor passasse a 268 bilhões de reais, mas uma determinação do Palácio do Planalto abortou o ajuste. Nesta terça-feira, o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa, reconheceu que o programa teria de ser reduzido por recomendação do principal acionista, o governo federal. No dia seguinte, o presidente do BNDES – que, por meio do BNDESPar, é acionista da empresa –, Luciano Coutinho, cobrou uma meta mais realista da Petrobras, sob a alegação de que os planos atuais seriam muito ambiciosos e difíceis de serem colocados em prática. Na ocasião, ele chegou a afirmar que o pedido teria vindo justamente do Ministério da Fazenda.

Nesta sexta-feira, contudo, Mantega refutou a tese de que o governo federal teria solicitado uma redução do plano de investimento. "O número não vai cair em relação ao ano passado", afirmou. "Como é o maior investimento de portfólio do planeta, merece um profundo debate", acrescentou. Há cerca de 680 projetos no portfólio da estatal e, segundo Mantega, normalmente é preciso que haja duas ou três reuniões para se chegar a uma conclusão sobre o plano de investimento.

(com Agência Estado)