14 maio 2011

EUA indiciam seis por apoio aos talibãs no Paquistão

Mesquita de Miami, na Flórida, da qual Hafiz era imã

Mesquita de Miami, na Flórida, da qual Hafiz era imã (Joe Raedle / AFP)

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou neste sábado que três americanos de origem paquistanesa foram detidos e indiciados por apoiar o Talibã no Paquistão. Dois deles são imãs, líderes religiosos do Islã, na Flórida, e o terceiro é um membro de sua família. Outras três pessoas foram acusadas do mesmo crime no Paquistão. 

"Os seis réus são apontados como responsáveis por oferecer apoio material a uma conspiração para assassinar, ferir e sequestrar pessoas no exterior", afirmou um comunicado do Departamento de Justiça. Funcionários americanos negaram que as prisões estivessem ligadas à operação que matou Osama bin Laden em 2 de maio.

Investigações - Os imãs Hafiz Khan e seu filho Izhar Khan foram presos na Flórida, enquanto o outro filho de Hafiz, Irfan Khan, foi capturado em Los Angeles. Os dois primeiros devem enfrentar a Justiça federal já na segunda-feira. Os residentes no Paquistão são Ali Rehman, Alam Zeb e Amina Khan. Amina é filha de Hafiz e Zeb, seu neto. 

As transações financeiras de Hafiz começaram a levantar as suspeitas do FBI devido ao seu grande volume. Três anos e meio de investigações depois, a polícia americana concluiu que ele recebia e distribuía fundos a membros do Talibã. Enquanto isso, um de seus filhos abrigava terroristas em um esconderijo. 

O imã Hafiz pregava na Mesquita Flager, de Miami, e seu filho, Izhar, na Jamaat Al-Mu'mineen, de Margate. “Apesar de ser um líder espiritual, Hafiz não era de maneira alguma um homem de paz. Como as acusações de hoje mostram, ele atuou em parceria com terroristas para cometer assassinatos”, disse à CNN o procurador americano Wilfredo A. Ferrer.

“Os ensinamentos do Islã de maneira alguma incentivam o patrocínio do terrorismo”, afirmou, também à CNN, Nezar Hamze, diretor executivo do Conselho de Relações Américo-islâmicas. Ele garantiu que ações deste tipo não são comuns nas mesquitas. 

(Com agência France-Presse)