
Strauss-Kahn, no tribunal penal de Manhattan, Nova York (Emmanuel Dunand / AFP)
A defesa do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, admitiu que o seu cliente pode ter mantido relações sexuais com a camareira que o acusa de tentativa de estupro. Contudo, o advogado Benjamin Brafman disse que, se isso de fato ocorreu, foi de maneira consensual. As declarações, que teriam sido feitas durante uma audiência nos Estados Unidos na segunda-feira, foram publicadas nesta terça pelo jornal New York Post . A nova versão contradiz a tese divulgada na véspera pela defesa, alegando que Strauss-Kahn estaria almoçando com a filha na hora do crime.
"As provas, a nosso ver, não apontam para um encontro realizado à força", disse Brafman ao jornal. Uma fonte anônima próxima à defesa de Strauss-Kahn e citada pelo jornal nova-iorquino também afirmou que "pode ter havido consentimento" da camareira. Sobre ela sabe-se apenas que se trata de uma imigrante africana de 32 anos.
Acusações - Além de destoar da primeira justificativa dada por Strauss-Kahn, a nova versão da defesa é bem diferente do relato apresentado pela Promotoria de Manhattan. A acusação afirma que o francês fechou a porta do quarto do hotel para evitar que a vítima, uma empregada do setor de limpeza do estabelecimento, pudesse escapar. "Ele pegou sua vítima pelo peito sem o seu consentimento, tentou tirar sua roupa de baixo e, além disso, manuseou suas partes íntimas", declarou a Promotoria.
A juíza do tribunal nova-iorquino responsável pelo caso, Melissa Jackson, negou na segunda-feira o pedido de liberdade, solicitado pelo advogado de defesa mediante fiança de 1 milhão de dólares. Ela estimou que havia a possibilidade de Strauss-Kahn fugir do país, dado que a França não tem tratado de extradição com os Estados Unidos.
Contudo, Brafman contestou o risco. "Não se trata de alguém que ia escapar da Justiça. Ele tem quatro filhos, e ser acusado de estupro é algo que se quer resolver", declarou o polêmico advogado, conhecido nos EUA por defender estrelas, como Michael Jackson, e utilizar todo tipo de técnicas na defesa de seus clientes - inclusive chorar diante do júri. Agora, ele tentará evitar que Strauss-Kahn seja condenado a uma pena que pode chegar a 25 anos de prisão.